A enxaqueca faz parte dos mais de 150 tipos de dores de cabeça já identificados pela Sociedade Internacional de Cefaleia. Esta é a alteração que mais prejudica o bem-estar do indivíduo, tendo sido incluída no rol das doenças mais incapacitantes do mundo pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Cerca de 31 milhões de brasileiros sofrem de crises de enxaqueca, aproximadamente 15% da população do país.
A maior parte das vítimas são do sexo feminino, na faixa dos 25 aos 45 anos. As mulheres passam por diversas alterações hormonais ao longo da vida, que contribuem para a manifestação da doença. Tal relação entre os hormônios e a enxaqueca fica mais evidente ao analisarmos que, após os 50 anos, a prevalência das crises tende a diminuir entre elas.
Continue lendo para entender como é possível reduzir as manifestações dessa enfermidade.
O que é uma crise de enxaqueca?
A crise de enxaqueca é a manifestação dolorosa em um ou nos dois lados da cabeça, geralmente acompanhada de latejamento. Tais episódios podem ter duração de quatro a 72 horas. Além da dor mencionada, é comum ocorrerem os seguintes sintomas durante as crises:
- náuseas e vômitos;
- alterações visuais, como pontos luminosos na visão, ou linhas em ziguezague;
- sensibilidade à luz (fotofobia), barulho ou cheiros;
- tontura;
- formigamento ou dormência no corpo.
A enxaqueca é uma doença neurológica crônica, portanto, sem cura. Ela é considerada uma alteração neurológica devido às alterações químicas no cérebro, responsáveis pela dilatação das artérias cerebrais, estado que provoca as dores e demais sintomas.
É comum os pacientes relatarem acontecimentos anteriores aos primeiros sintomas da crise de enxaqueca. Geralmente, os gatilhos da dor são:
- estresse;
- falta de rotina para dormir;
- jejum prolongado;
- traumatismo craniano;
- ingestão de determinados alimentos;
- uso de medicamentos vasodilatadores;
- exposição a ruídos;
- exposição a odores fortes;
- mudanças súbitas na pressão atmosférica;
- mudanças bruscas de temperatura;
- variações hormonais;
- período menstrual;
- atividades físicas intensas ou prolongadas;
- consumo excessivo de cafeína.
Como reduzir as crises de enxaqueca?
É possível minimizar a ocorrência das crises de enxaqueca, uma vez que a maioria dos pacientes relatam os mesmos fatores desencadeantes das manifestações da doença, como vimos acima. É preciso lembrar que esta é uma doença crônica, que precisa ser acompanhada por um médico especialista, pois, em alguns casos, apenas a ação de medicamentos específicos podem trazer alívio dos sintomas.
Veja como prevenir a enxaqueca, a seguir.
1. Identifique os gatilhos da dor
Quem sofre de enxaqueca recebe a recomendação médica de manter um “diário da dor”. Os registros ajudam o médico a entender os gatilhos responsáveis pela crise. Portanto, sempre que os primeiros sintomas aparecerem, anote as seguintes informações:
- intensidade da dor (fraca, média, forte ou muito forte);
- fase do ciclo menstrual;
- alimento ingerido momentos antes dos primeiros sintomas, como chocolate, café, vinho, etc;
- medicamento consumido momentos antes dos primeiros sintomas;
- frequência do sono no dia da crise;
- estado emocional momentos antes da crise, como ansiedade, estresse, etc;
- estado físico antes da crise, como cansaço provocado por excesso de trabalho.
2. Alimente-se de forma regular
O jejum prolongado é um dos fatores que motivam a manifestação das dores. Os sintomas podem ocorrer devido à baixa taxa de açúcar no sangue e desencadear a dilatação das artérias, tendo início a enxaqueca. Mantenha uma alimentação balanceada de três em três horas.
3. Fuja do estresse
Saiba identificar o seu limite emocional e irritabilidade, devido à rotina pesada de trabalho e obrigações do lar. As alterações bruscas de humor também são responsáveis pelas crises de enxaqueca. Pessoas muito irritadas ou que guardam seus sentimentos costumam sofrer com constantes dores.
Portanto, a regra é relaxar! Encontre momentos prazerosos e que te tragam bem-estar, seja com a ioga, meditação, caminhadas… O importante é ter momentos de descanso e relaxamento, para que o seu organismo não ative esses gatilhos. Se você identificar que está difícil se livrar do estresse, mesmo com dedicação a momentos mais tranquilos, busque a ajuda de um psiquiatra, ou mesmo de um psicólogo.
Não se assuste! O tratamento da enxaqueca é multidisciplinar, devido aos diversos fatores responsáveis pelo aparecimento dos sintomas.
4. Mantenha o peso correto
O excesso de peso é responsável pelo aumento da intensidade das crises de enxaqueca. Isso ocorre devido ao aumento das inflamações no corpo, causadas pelo excesso de gordura.
Portanto, fique atento à sua rotina alimentar e física.
5. Faça exercícios
Este item está diretamente ligado ao anterior. Além de manter o peso equilibrado, os exercícios físicos leves contribuem para o alívio do estresse do dia a dia. A circulação sanguínea também melhora, impactando na reação do organismo às crises de dor.
Pacientes com enxaqueca precisam manter uma rotina clara de exercícios. A realização de atividades físicas esporádicas pioram os sintomas, bem como a prática de exercícios intensos.
Espero que estas dicas te ajudem a reduzir as crises de enxaqueca!
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